Agentes antibacterianos
Prof.: João B.. Chiacchio
Introdução:
Sistema imune ou sistema imunológico: é o sistema
de defesa do corpo aos agentes externos. Pode-se interpretar o sistema imune
como a auto-estima e autovalorização de cada indivíduo pelo fato de o aspecto
mais importante nesse sistema ser a identificação do que é próprio e do que é
não-próprio, ou seja, a identidade pessoal. É um sistema de identificação que
cada um tem consigo mesmo, como se vê e como age com relação a si mesmo. Uma
resposta imune alterada, ou seja, uma noção errada de ``como eu sou'' e ``o que
é meu'', pode trazer uma doença ao invés de uma cura ou uma defesa contra um
agente agressor.
As alergias e as doenças auto-imunes, entre outros, podem
ser vistos como falta de entendimento e compreensão consigo mesmo, falta de
amor próprio causando ataque a si mesmo por não se gostar como é.
Isso está longe de ser provado
cientificamente, porém, é um começo para se entender os efeitos psicológicos de
certas substâncias que atuam no sistema imune.
Cientificamente comprovado temos
a atuação fisiológica de compostos químicos que atuam no sistema imune de um
jeito ou de outro, aumentando a força imunológica do organismo, inibindo a
proliferação de agentes infecciosos ou matando esses agentes facilitando o
trabalho de defesa e limpeza do organismo.
Para entendermos cada um desses aspectos é necessário
entendermos como atua o sistema imune naturalmente e como atuam genericamente
cada um dos tipos de compostos (antibacterianos, antifúngicos, antivirais,
antiinflamatórios e imunoestimulantes).
O sistema imune:
O sistema imune é o sistema do
organismo que mantém o organismo saudável frente ao meio ambiente, trata da
resistência do organismo e da manutenção da homeostase. Esse sistema age com mecanismos
específicos que desencadeiam situações de saúde e de doença.
Os mecanismos devem ser muito bem
regulados para que não causem doenças,
pois se forem potentes demais irão gerar doenças ao invés de defesa. (que é o
que ocorre em casos de rejeição de transplante, alergias e doenças auto-imunes,
as DAI, como a miastenia gravis, artrite reumatóide, anemia auto-imune e doença
hemolítica do recém nascido). A doença causada pelo sistema imune reflete uma
resposta imunológica mal controlada, mas esses desvios são poucos
(aproximadamente 20% das doenças são auto-imunes).
Na natureza 80% dos
microrganismos não são patogênicos, por exemplo, bactérias nitrogenadas que
realizam o ciclo do nitrogênio na natureza. O sistema imune trata dos 20% dos
microrganismos que são patogênicos.
Todos os elementos da resposta
imune reconhecem o nosso organismo como próprio e tudo que não for reconhecido
como próprio é atacado. O aspecto fundamental mais importante para o sistema
imune é a capacidade de reconhecer o próprio (auto-reconhecimento) para que
seja descoberto tudo que não é próprio e que por ser antígeno.
Durante a gestação ocorre a
ontogenia, na qual o sistema imune se educa a reconhecer o que é próprio. O
próprio é reconhecido e resguardado e o não-próprio e devidamente destruído.
O organismo está sempre em
contato com tipos de microrganismos e substâncias não-próprias do corpo, por
isso há um equilíbrio controlado pelo sistema imune entre quantidade de
microrganismos simbióticos e presença de nutrientes, e defesa contra
microrganismos antigênicos. Esse equilíbrio segue o seguinte esquema: quando
ocorre alguma lesão (desequilíbrio ou falta de homeostase) o organismo
identifica se há infecção (presença de antígenos) ou se é apenas uma lesão, por exemplo, um corte que não entrou em
contato com microrganismos infecciosos). Se a lesão for não-contaminada ocorre
o processo de inflamação, seguido de cicatrização e desinflamação, ocorrendo um
reequilíbrio. Já se a lesão for contaminada ocorrerá uma reação inflamatória seguida
de acionamento do sistema de imunidade natural, se esse sistema não for
suficiente para reequilibrar o organismo, haverá atuação do sistema de
imunidade adquirida.
Em qualquer dos casos ocorre
cicatrização e desinflamação após, retirados os antígenos, entrando-se
novamente em homeostase.
Imunidade natural
Todos os elementos que fazem a proteção são elementos que
o organismo já dispõe, o indivíduo já nasce com essa resistência; os principais
elementos que compõem essa resposta imune natural são as barreiras naturais, de
aspectos físicos, mecânico e químico.
----aspecto físico (pele, mucosa, pelos e cílios). Se houver integridade de pele e
mucosa, há uma barreira física de difícil penetração, os microrganismos poderão
até se aderir à superfície, porém não irão penetrar no organismo, não
conseguindo sobreviver por não conseguir retirar nutrientes e não conseguindo
multiplicar-se; os cortes e lesões internas ou externas são portas abertas para
a entrada de microrganismos; essas barreiras ainda são revestidas por cílios e
pelos que impedem a implantação dos microrganismos.
----as barreiras mecânicas
são os batimentos ciliares, os movimentos peristálticos, as contrações e
dilatações que as superfícies realizam dificultando a adesão dos
microrganismos, por isso que há peristaltismo contrário (vômito) no caso de
ingestão de alimentos contaminados.
---as barreiras químicas
são secreções, saliva, secreções gastrintestinais e respiratórias, lágrimas e
suor, enzimas proteolíticas, que causam a desestruturação dos microrganismos.
A infecção é a entrada de
microrganismos que começam a se multiplicar.
A inflamação é a primeira
resposta à infecção. É a resposta tecidual frente à lesão contaminada ou
não-contaminada; se a resposta inflamatória for boa ela pode combater a
infecção. A imunidade natural se utiliza de células (principalmente fagócitos),
que se aproximam dos antígenos e os destroem principalmente por fagocitose.
Antígenos são moléculas
estranhas ao corpo que ativam o sistema complemento ou o sistema de citocinas
inflamatórias.
Características da imunidade
natural: não-específica, não é aumentada por estímulos iguais e
repetitivos, não há memória imunológica.
Imunidade adquirida
Imunidade adquirida é aquela em
que o indivíduo vai desenvolvendo ao longo da vida, em contatos com substâncias
estranhas. É exercida pelas principais células do sistema imune, os linfócitos.
Ocorre reconhecimento específico do antígeno,
por ser específico, o sistema imune adquirido aumenta sua força a cada
novo contato com o mesmo estímulo.
A primeira reação a qualquer
estímulo é a inflamação. Então é ativada a imunidade natural (basicamente
neutrófilos) e somente se essa não obtiver sucesso no combate contra a infecção
é que é ativada a imunidade adquirida (basicamente linfócitos).
Depois que a causa da infecção
for eliminada começa a cicatrização e se reestabelece o equilíbrio, a
homeostase. Na cicatrização atuam células e proteínas de reparação.
A inflamação pode variar de
pequena a grande, mas os elementos serão sempre os mesmos. Pode ocorrer de o
sistema imune aumentar para combater a infecção causando uma inflamação mais
forte, isso ocorre quando houve muita multiplicação antigênica e aumento da
lesão.
Inflamação
Inflamação é uma resposta
tecidual a uma lesão contaminada ou não. A inflamação inicial é benéfica, é uma
defesa do corpo, porém se após a retirada do antígeno a inflamação não cessa
ela se torna uma inflamação crônica que agride o próprio corpo causando lesões
teciduais, essa então é patológica e pode causar seqüelas graves.
Etapa vascular: é a
resposta imediata a uma lesão, os vasos sanguíneos locais reagem. Essa reação é
traduzida por sinais clínicos claros, os sinais
da inflamação, que são calor, rubor, tumor (ou edema) e dor .
Imediatamente ocorre uma vasodilatação,
permitida pelo relaxamento dos músculos à volta do vaso sanguíneo. As fibras
musculares se esticam, porém as células endoteliais da parede do vaso sanguíneo
não, com a vasodilatação surgem então espaços microscópicos entre as células
endoteliais do vaso.
Com a vasodilatação ocorre aumento do fluxo sanguíneo e
aumento da velocidade do fluxo sanguíneo, isso causa o aumento da temperatura
local (calor), pois a velocidade consome energia e libera calor. Pelos
microespaços entre as células endoteliais começam a vazar água, sais, íons,
proteínas e depois células, essas substâncias migram da luz do vaso ao tecido
conjuntivo e as células fazem diapedese. Essa saída de elementos do sangue
causa o rubor (por causa do acúmulo de hemáceas no tecido conjuntivo) e o edema
ou tumor (pelo aumento de volume causado pelo excesso de água, sais e proteínas
no tecido conjuntivo). O edema faz pressão nos vasos sanguíneos e nas
terminações nervosas que acompanham os vasos, causando a dor.
A febre é uma reação
inflamatória sistêmica, percebido isso, sabemos que para ocorrer febre é
necessário que tenha ocorrido uma lesão e clinicamente procura-se descobrir a
lesão para fazer o tratamento adequado.
A diapedese permite a saída de células do vaso sanguíneo,
por uma sequência de eventos :
---ao sair a água, as células
migram para as bordas dos vasos sanguíneos,
---ao encostar no endotélio a
célula adere pela ação das adesinas,
---a célula rola pelo endotélio,
a célula passa por um microespaço no endotélio,
---no tecido as células se
locomovem por quimiotaxia (atração por compostos químicos).
Etapa tecidual: reação que
ocorre no tecido conjuntivo, é a cicatrização, que se utiliza dos sistemas
complemento, de coagulação e fibrinolítico.
Na coagulação ocorre a
união de plaquetas e hemáceas que obstruem os espaços entre as células
endoteliais do vaso sanguíneo e interrompem o extravasamento de elementos do
sangue.
---O sistema complemento ajuda os
neutrófilos a destruirem os antígenos.
Resposta imune humoral
A resposta imune humoral é a
resposta feita por linfócitos.
Processo:
---entra no corpo um
determinado antígeno (A), com sua presença as células virgens do sistema imune
em repouso (CV) são ativadas e o linfócito específico do antígeno (LEA) é
selecionado.
---(1) O processo de seleção
clonal (seleção de linfócitos específicos) se chama RECONHECIMENTO .
---(2) Após essa etapa ocorre a
ATIVAÇÃO , ou seja, a proliferação por divisão celular dos linfócitos
selecionados.
---(3) Após essa segunda etapa
ocorre a etapa da DIFERENCIAÇÃO , que é quando os clones do linfócito
específico amadurecem e se dividem (se diferenciam) em duas funções: as células
de memória (CM) e as células efetoras (CE). As células de memória ficam
reservadas para caso ocorra uma nova infecção desse antígeno (A).
---As células efetoras produzem e
secretam anticorpos ( também chamados de imunoglobulinas ou Ig), no caso o
anticorpo secretado será o anticorpo anti-A, que combatem o antígeno de algumas
maneiras diferentes, podendo se utilizar de células (em geral neutrófilos).
Os anticorpos são classificados
em classes, que são: Ig A, Ig D, Ig E,
Ig G e Ig M.
O anticorpo de primeiro
momento numa resposta primária é sempre o Ig M, depois cessa a produção deste e
começa a produção de um ou mais dos seguintes (A, D, E e G). O Ig D é o menos
usado por ter menos função de anticorpo, apenas marca as células maduras e não
maduras.
A função geral do
anticorpo é eliminar o antígeno, porém essa função pode ser realizada de
diversas maneiras:
--- neutralização
--- ativação de fagócitos
--- fixação do complemento
--- fixação de eosinófilo.
Neutralização: evita a
colonização, ou seja, a divisão, a proliferação.
Ativação de fagocitose ou
Opsonização: o anticorpo prepara o antígeno para a fagocitose. Às vezes a
fagocitose de um antígeno não é muito fácil, a opsonização facilita a
fagocitose.
Fixação do complemento: a proteína do sistema complemento faz a lise
do antígeno.
Fixação de eosinófilo: o
anticorpo se liga ao antígeno e um eosinófilo é atraído para perto dos dois,
então o eosinófilo joga um grânulo de toxinas no complexo antígeno-anticorpo
que causa a lise no antígeno.
Compostos químicos com propriedades antibacteriano, antifúngico,
antivirótico, antiinflamatório, imunoestimulante e antiinfeccioso :
Antibacteriano: que mata
(bactericida) ou impede a proliferação (bacteriostático) de bactérias.
Antifúngico: que mata ou
impede a proliferação de fungos.
Antivirótico: que mata ou
impede a proliferação de vírus.
Antiinflamatório: que atua
diminuindo ou cessando inflamação.
Imunoestimulante: que atua
aumentando a atuação do sistema imune, fortalece o sistema imune não atuando
diretamente nas diferentes infecções.
Antiinfeccioso: que mata
ou impede a multiplicação de microrganismos genericamente, tanto bactérias
quanto fungos quanto vírus.
Como funcionam compostos antibacterianos:
----Agentes que interferem com
a síntese ou com a ação do folato: São agentes que possuem uma estrutura
semelhante ao ácido p-aminobenzóico (PABA), que é essencial para a síntese do
ácido fólico nas bactérias. O folato é uma substância necessária para a síntese
de precursores do DNA e RNA, os mamíferos obtêm o ácido fólico da dieta, mas as
bactérias têm que sintetizá-lo. Esse tipo de antimicrobiano compete com o PABA
pela enzima diidropteroato-sintetase que atua na síntese de ácido fólico,
impedindo a ação desta enzima.
----Antibióticos
beta-lactâmicos: interferem na síntese do peptidioglicano da parede celular
bacteriana. Os compostos se ligam aos locais de ligação da bactéria e inibem a
enzima de transpeptidação que atua na ligação do peptidioglicano. Então esses
compostos bactericidas inativam um inibidor autolítico da bactéria e a bactéria
sofre autólise.
----Antibióticos que afetam a
síntese de proteínas bacterianas: se ligam à subunidade 30S do ribossomo
bacteriano gerando alteração no códon que faz com que o anticódon não seja mais
reconhecido corretamente e a leitura errônea do RNAm causa produção de
proteínas defeituosas. Também pode funcionar da seguinte maneira: inibição da
síntese protéica por meio da translocação. Ocorre ligação à subunidade 50S do
ribossomo bacteriano.
Como funcionam compostos antifúngicos:
Os compostos que tem atividade
antifúngica atuam se ligando à membrana celular dos fungos, no geral preferem o
ergosterol (esterol da membrana dos fungos) ao colesterol (esterol da membrana
dos mamíferos), por isso quase não atacam
as células do hospedeiro. Ao se ligar à membrana celular atuam na
permeabilidade da mesma, modificando os transportes trans-membrana.
Como funcionam compostos antiviróticos:
Os compostos antivirais atuam em
enzimas específicas aos vírus, pois muitos dos mecanismos de atuação dos vírus
usam metabolismos do hospedeiro, se o ataque fosse objetivado a esses processos
atingiria a célula hospedeira assim como o vírus. Quando há uma infecção numa
célula humana por vírus o aciclovir é convertido em monofosfato e depois em
trifosfato pela célula hospedeira, essa reação ocorre em escala muito menor em
células não-contaminadas e somente ocorre a ativação adequada desse processo em
células infectadas.
Como funcionam compostos antiinflamatórios:
Fármacos antiinflamatórios não-esteróides (FAINES) atuam
inibindo a ciclooxigenase araquidônica.
Essa ciclooxigenase é uma enzima que produz prostaglandinas.. Esses compostos atuam na formação do edema e da inflamação, impedindo o acúmulo celular no local, diminuindo a liberação de enzimas , reduzindo a produção de toxinas e inibindo a ativação de linfócitos.
Essa ciclooxigenase é uma enzima que produz prostaglandinas.. Esses compostos atuam na formação do edema e da inflamação, impedindo o acúmulo celular no local, diminuindo a liberação de enzimas , reduzindo a produção de toxinas e inibindo a ativação de linfócitos.
Antibioticoterapia:
No uso de antibacterianos ( antibióticos),
devemos primeiramente fazer uma seleção, de acordo com o nosso objetivo, ou
seja:
--- Antibióticos para fins profiláticos
--- Antibióticos para fins terapêuticos
Obs: nos dois casos devemos observar vários fatores,
como:
Fatores bacterianos:
Neste caso podemos usar antibióticos pelo método da probabilidade,
ou seja: examinando a probabilidade de certas infecções, na sua maior parte,
serem provocadas por um certo tipo de bactéria.
Por exemplo: 85% das infecções urinárias são provocadas
pela Escherichia coli.
Ou usando o método mais correto, que é a realização do antibiograma
( quando for possível).
E após esse passo, devemos:
Observar o local da infecção
Se é uma infecção normal ou hospitalar
Pelo menos determinar se a bactéria é Gram + ou Gram - .
Alteração do sítio alvo ( aumento da resistência da bactéria
aos antibióticos)
Fatores do hospedeiro:
--Idade
--presença de outras doenças
--Local da infecção
--alergia a antibióticos
--funções: renais e hepáticas
--uso de outro medicamento
--gravidez
--Vias de administração
Fatores drogas:
--Toxicidade seletiva
--Índice terapêutico
--capacidade de atingir o local
--freqüência das doses
--Custo.
Antimicrobianos.
---Importância ( desde a sua descoberta).
---Infecção hospitalar (CCIH)
Ação dos antibióticos para exterminar as bactérias :
Os agentes antimicrobianos podem agir de maneiras
diferentes, para combater uma infecção, como:
--Bactericida: o antibiótico mata as bactérias,
usando um ou outro mecanismo de ação como vimos.
--Bacteriostático: o antibiótico paralisa o
crescimento ou a multiplicação das bactérias.
--Antibiograma: é um exame em que procuramos
determinar a sensibilidade das bactérias frente a diversos tipos de
antibióticos.
-- MIC : concentração inibitória mínima: é a
concentração mínima de antibióticos que devemos usar para causar a inibição da
proliferação de certa bactéria.
--MBC: concentração bactericida mínima: é a
concentração mínima de antibiótico que devemos usar para causar a morte de
certas bactérias.
Associação de antibióticos
Em certas ocasiões, devemos usar uma associação de
antibióticos para obter o efeito desejado.
No uso de uma associação, a ação dos antibióticos usados
pode ser: sinérgica, indiferente ou antagonista..
Morte das bactérias
As bactérias, sob o efeito de antibióticos, podem morrer por diferentes modos:
--Concentração dependente: quando a bactéria depende,
para morrer de uma grande concentração do antibiótico.
--Tempo dependente: quando a bactéria depende, para
morrer de um tempo de ação do antibiótico sobre ela, ou seja, uma grande meia
vida.
PAE: Efeito
pós-antibiótico: acontece quando, após estar usando um antibiótico, por
um motivo qualquer, deixamos de tomar esse medicamento na hora certa e mesmo
assim as bactérias ainda continuam morrendo por um certo período de tempo
Obs. nos deficientes imunológicos isso não ocorre.
Dose pulso ou dose de ataque:
É a dose inicial, em que usamos uma quantidade maior de
antibiótico para produzir um efeito rápido e grande sobre a exterminação da
infecção. Usada em uma infecção aguda e grave, em que o tempo é crucial na
manutenção da vida do paciente.
Dose de manutenção
É a dose seguinte a
ser usada após a dose de ataque,
Meia-vida: é o tempo em que pelos menos metade da
droga ainda continua noi plasma, fazendo efeito.
Espectro de atividade dos antibióticos
--Espectro amplo: quando o antibiótico atinge vários
microrganismos ( Gram +, Gram - e
outros.)
--espectro restrito ( quando o antibiótico atinge somente um
pequeno número de bactérias.( só Gram +)
Resistência aos antibióticos
Acontece quando certa bactéria torna-se resistente a um
determinado antibiótico.
Mecanismos da resistência bacteriana
--Permeabilidade celular: acontece quando uma cepa de
bactérias, adquire uma certa resistência a um certo tipo de antibiótico, através
de uma adaptação, onde diminui a permeabilidade de sua parece celular,
impedindo que esses antibióticos a atravessem.
--Alteração enzimática: acontece quando algumas cepas
de bactérias começam a produzir certas enzimas modificadas, que inativam a ação
de certos antibióticos ( Beta-lactamases).
Principais antibióticos: São divididos em :
Agentes que interferem na síntese ou na ação do folato:
Mecanismo de ação: São
agentes que possuem uma estrutura semelhante ao ácido p-aminobenzóico (PABA),
que é essencial para a síntese do ácido fólico nas bactérias. O folato é uma
substância necessária para a síntese de precursores do DNA e RNA, os mamíferos
obtêm o ácido fólico da dieta, mas as bactérias têm que sintetizá-lo. Esse tipo
de antimicrobiano compete com o PABA pela enzima diidropteroato-sintetase que
atua na síntese de ácido fólico, impedindo a ação desta enzima.
Sulfonamidas:
Descoberta na década de 1930.
Domagk comprovou que um corante, o Prontosil , era capaz de influenciar
a evolução de uma infecção bacteriana. Essa era uma pró-droga, inativa IN VITRO e que era ativada no organismo,
transformando-se numa droga ativa, a sulfanilamida.
Dessa época para cá, foram
desenvolvidas várias sulfonamidas. Hoje em dia quase, não se usa mais essa
classe de droga como antibacterianos. Porém, após modificações em suas
estruturas, foram desenvolvidas outras drogas, para uso em outras áreas, como
os diuréticos tiazídicos, drogas usadas contra micobactérias, as sulfonas
e agentes hipoglicemiantes, as
sulfonilureias.
Os exemplos de sulfonamidas de
uso clínico são:
---Sulfadiazina: bem absorvida
pelo TGI e de ação curta.
---Sulfametoxazol: usado em
associação com trimetropina, com o nome de cotrimoxazol
---Sulfasalazina: bem absorvida pelo TGI e de ação
média.
---Sulfametopirazina: bem absorvida pelo TGI e de ação
prolongada.
Farmacologia: O efeito
bacteriostático desses compostos é impedido pela presença de pus, pois no pus
há timidinas e purinas que são utilizadas pelas bactérias para contornar a
necessidade de ácido fólico. Também são antagonizadas pelo anestésico Procaína,
por ser um éster do PABA.
Em geral não são usados
topicamente, pois podem produzir reações alérgicas, com exceção da sulfadiazina
de prata, usada nas queimaduras.
As drogas penetram em todos os tecidos
e atravessam a barreira placentária e hematoencefálica, porém não são usadas
nas infecções do SNC.
São metabolizadas no fígado e
excretadas pela urina.
Efeitos indesejáveis: são
náuseas, vômitos, cefaléia, distúrbios GI, depressão da medula, urticária,
hipersensibilidade, cristalúria e cianose, devido a formação da
metemoglobinemia.
Trimetropina: possui uma
estrutura semelhante com a pteridina do folato e, portanto, confunde a enzima
bacteriana ( diidrofolato redutase) inibindo a formação do folato.
Farmacologia: é uma droga
ativa contra uma grande parte das bactérias. É administrada pela via oral e
penetra em todos os tecidos. Quase sempre é administrada em associação com a
sulfadiazina ( cotrimoxazol). É metabolizada pelo fígado e excretada pela urina,
como é uma base fraca, a acidificação da urina acelera sua eliminação.
Efeitos indesejáveis: são
náuseas, vômitos, cefaléia, distúrbios GI, depressão da medula, urticária,
hipersensibilidade, anemia megaloblástica ( pela deficiência do ácido fólico).
Indicações:
---combinada com a trimetropina:
Pneumocystis carinii
---combinada com pirimetamina:
malária e toxoplasmose
---sulfasalazina: doença
intestinal inflamatória
---sulfadiazina de prata:
queimaduras
---sulfadiazinas: DSTs e
raramente para infecções respiratórias e urinárias.
Antibióticos Beta-lactâmicos:
A penicilina, o primeiro
antibiótico, foi descoberto por Alexander Fleming em 1928.
Pertence a classe dos
antibióticos β-lactâmicos, junto com as cefalosporinas, os monobactâmicos e os
carbepemens.
As penicilinas podem ser
destruídas por enzimas; as amidases e as β-lactamases ( penicilinases).
Mecanismo de ação:
interferem na síntese da parede celular, por inibir a formação do
peptídeoglicano, após se unirem aos sítios de ligação na bactéria, chamados de proteínas
de ligação das penicilinas.
O efeito bactericida é pela
inativação de um inibidor das enzimas autolíticas da parede celular, levando a
lise celular.
Resistência à penicilinas:
---Produção da β-lactamase: Desde
a produção da penicilina, novas cepas de estafilococos estão cada vez mais
produzindo a enzima β-lactamase. Outras bactérias também produzem essa enzima.
Deve-se usar em associação, um
inibidor da enzima β-lactamase, o ácido clavulânico, o sulbactamo
e o tazobactamo.
---Redução da
permeabilidade da membrana: diminui a capacidade o antibiótico penetrar na
célula, acontece principalmente nos Gram negativos.
---modificação dos sítios de
ligação das proteínas: ocorre principalmente nos estafilococos resistentes à
meticilina.
Tipos de penicilina:
---Benzilpenicilinas: grande
espectro de ação, mas inadequada absorção pelo TGI.
---Penicilinas resistentes à β-lactamases
---Penicilinas de amplo espectro
de ação.
---Penicilinas de espectro
ampliado
Farmacologia: pela VO,
diferentes penicilinas possuem diferentes absorções. Podem ser administradas
pelas vias IM e IV.
Obs: a benzilpenicilina
por via intratecal pode causar convulsões.
Penetram em todos os tecidos,
porem só atravessam a barreira hematoencefálica quando as meninges estão
inflamadas. São excretadas pela urina por secreção tubular. A meia-vida é curta
e por isso o espaço entre as aplicações devem ser curtos, ou deve-se usar
penicilinas de liberação lenta, como a penicilina procaína e penicilina
benzatina.
Sua meia-vida pode ser
aumentada com o uso de probenicida,, pelo bloqueio da secreção tubular.
Indicações: cocos Gram + e
Gram – ( muitos estafilococos tornaram-se resistentes).
---meningite bacteriana,
infecções ósseas e articulares, infecções cutâneas, otite, bronquite, infecções
da via urinária, gonorréia, sífilis, etc.
Efeitos indesejáveis:
erupções cutâneas, reações alérgicas e reações de hipersensibilidade ( choque
anafilático).
Cafalosporinas e Cefaminas:
Na atualidade as cefalosporinas
estão divididas em cefalosporinas de 1º, 2º , 3º , 4º e 5 º geração, etc.
Mecanismo de ação: é
idêntico ao das penicilinas, ou seja, interferência na síntese dos
polipeptidoglicanos.
A resistência à cefalosporina é
idêntica à das penicilinas, pela mutação, com formação de enzimas β
-lactamases.
Farmacologia: algumas são
administradas pela VO, a maioria pela via parenteral. Distribuem-se por todo o
corpo, atravessam a placenta e, algumas drogas ( cefoperazona, cefotaxima e
ceftriaxona atravessam a BHE.
A excreção se faz pelos rins, por
secreção tubular, porém, a ceftriaxona e a cefoperazona são em uma grande parte
excretadas na bile.
Carbepenens e Monobactâmicos:
Foram desenvolvidos para
combater as bactérias Gram – e
produtores de β -lactamases.
Os carbepenens ( Imipenem)
possuem amplo espectro de ação, atingindo microrganismos Gram + , Gram - ,
aeróbicos e anaeróbicos, Listéria, Pseudomonas e a maioria das Enterobacterias.
Eram totalmente resistentes às β-lactamases, porém a cada dia aparecem novas
cepas resistentes ao Imipenem.
O Imipenem por via IV, no rim é
degradado por uma enzima no tubo proximal que , por isso deve ser associado com
a cilastatina, uma inibidora dessa enzima.
Os efeitos indesejáveis são
iguais aos das cefalosporinas, sendo que pode ocorrer neurotoxicidade em
concentrações altas.
O Meropenem é igual ao
Imipenem, porém é degradado no rim.
O principal monobactâmico, o Aztreonam,
é resistente à maioria das β-lactamases, porém é ativo somente contra
bastonetes aeróbicos Gram -, incluindo as Pseudomonas, Neisseria meningitidis e
Haemóphylus influenzae e não exerce ação contra Gram + e anaeróbicos.
Indicações: segunda
escolha para muitas infecções. O cefaclor ( VO) é usado para infecções
urinárias. Outras drogas parenterais, são usadas para Ênterobacterias.
Carbepemens: Imipenem ( com
cilastastina) é uma droga de amplo espectro e usado em bactérias produtoras de
β-lactamases.
Monobactâmicos: Aztreonam, é
usado contra bactérias Gram – aeróbicas e é resistente às β -lactamases.
Antibacterianos que afetam a
síntese das proteínas bacterianas:
Tetraciclinas:
Incluem as oxitetraciclina,
doxiciclina e minociclina.
Mecanismo de ação: inibem
a síntese das proteinas bacterianas.
Indicações: possuem amplo
espectro de ação ( Gram + , Gram - , Mycolplasma, Rickettsia, Chlamydia,
espiroquetas e alguns protozoários ( ameba).
Obs: a minociclina atinge
a N. meningitidis e é usada para erradicar este microrganismo da nasofaringe de
portadores, porém não atravessa a BHE e não pode ser usado nas meningites.
Famacologia: pode ser
administrada pela VO , com absorção irregular e incompleta. Como são quelantes,
formam complexos com íons ferro, cálcio, magnésio.
A minociclina e a
doxiciclina são bem absorvidas pela VO e se difundem por todos os líquidos,
placenta e leite. A excreção ocorre pela bile ou rins por filtração glomerular.
As tetraciclinas acumulam-se por
insuficiência renal e exarcebam essa condição. A doxiciclina é uma exceção,
pois é excretada pelo TGI.
Indicações: amplo espectro
e usada como droga de 1º escolha em infecções por: Rickéttsias, Mycoplasma,
brucelose, cólera, etc.
Efeitos indesejáveis: como
quelantes de cálcio, depositam-se nos dentes ( amarelos) e ossos produzindo
alterações, distúrbios GI ( por irritação ou modificação da flora normal),
alergias, náuseas e fotossensibilidade.
Cloranfenicol: efeitos,
mecanismo de ação iguais aos das
tetraciclinas.
Farmacologia: pode ser
administrado por via parenteral, mas quase sempre é por VO, sendo absorvido
completamente e rapidamente, distribui-se por todos os líquidos, inclusive LCR,
liga-se às PP, é excretado 10 % de forma inalterada pelos rins e o restante
inativado pelo fígado.
Indicações: deve ser
reservado para infecções graves em que o benefício da droga seja maior que o
risco de toxicidade. É usado como colírio em conjuntivite bacteriana.
Efeitos indesejáveis: o
mais importante é uma disfunção da medula óssea, resultando em pancitopenia (
redução de todos os elementos figurados do sangue), anemia aplástica, e em
crianças recém-nascidas pode provocar a “Síndrome do bebê cinzento” ( com
vômitos, diarréia, hipotermia e pigmentos cinza), alterações GFI, etc.
Aminoglicosídios: Gentamicina,
estreptomicina, amicacina, tobramicina, netilmicina, neomicina e framicetina.
Mecanismo de ação: bactericida (inibição da síntese das
proteínas bacterianas).
Resistência: grande
problema (inativação por enzimas bacterianas e diminuição da permeabilidade da
parede celular).
Indicações: amplo
espectro, principalmente contra Gram – e raros Gram +.
Associados com penicilinas: Streptococcus, Listéria e pseudomonas.
Gentamicina: é o mais usado
Neomicina e Framicetina: tóxicas por vias parenterais (
usadas topicamente).
Farmacologia: são policátions e altamente polares (não absorvidos
pelo TGI), usadas por vias parenterais.
Não penetram nas células, não atravessam a BHE, penetram no humor vítreo,
passam pela placenta.
Excreção: filtração glomerular ( 50 a 60 % de modo
inalterado). Deve ser observado a função renal.
Efeitos indesejáveis:
distúrbios GI, reações alérgicas, ototoxicidade, nefrotoxicidade,
Ototoxicidade: destruição
das células sensoriais na cóclea e órgão vestibular do ouvido de modo irreversílvel,
com resultados de vertigens, perda de equilíbrio e surdez.
Nefrotoxicidade:
destruição das células dos túbulos renais, com acúmulo da droga.
Neurotoxicidade: na
interação com BNM (inibição da captação do cálcio, necessário para liberação da
acetilcolina).
Espectnomicina: estrutura
igual aos aminoglicosídios e usada na gonorréia em paciente alérgicos a
penicilina e em infecções resistentes a outros antibióticos.
Macrolídios: ( um anel de
lactona com um ou mais desoxi-açúcares).
Durante anos a eritromiocina foi
o único antibiótico macrolídio.
Os mais recentes são a claritromicina e a azitromicina.
M.A: inibem a síntese de proteinas bacterianas por um
efeito de translocação. Pode ser bacteriostático ou bactericida. O local de
ligação é o mesmo do cloranfenicol e clindamicina , o ribossomo 50S, portanto
pode haver interação ( competição), quando usados concomitantemente.
A eritromicina possui amplo
espectro de ação.
A azitromicina é menos eficaz
contra Gram +
A claritromicina possui espectro
de ação igual ao do eritromicina.
Farmacologia: VO, estão em todos
os tecidos, mas não atravessam a BHE. A meia-vida de eritromicina é de 90 min.
a claritromicina é de 3 vezes mais e a azitromicina é de até 16 vezes mais. A
contração do macrolídios é muito grande no fagócitos e muito baixa no plasma,
portanto aumenta o poder da fagocitose
Efeitos indesejáveis: distúrbios GI, reações de
hipersensibilidade, urticária, febre e ditúrbios trasnsitórios de audição.
Lincosamidas: Clidamicina
Possui amplo espectro de ação, seu mecanismo de ação é igual
aos macrolídios,, pode ser por VO ou parenteral, distribui-se por todos os
líquidos, não atravessa a BHE, sua meia-vida é de 21 horas, é metabolizado pelo
fígado e excretada pela bile e na urina.
Obs.: pode ocorrer a
colite pseudomembranosa, produzida pelo Clostridium difficile, resistente à
clindamicina e neste caso deve-se usar a vancomicina (VO) e o metronidazol.
Ácido Fusídico: Fusidato de sódio
Antibiótico de amplo espectro, principalmente contra Gram +.
Mecanismo de ação: inibe a síntese de proteínas bacterianas.
É bem absorvido pelo TGI e uma parte excretada pela bile e a outra metabolizada
e excretada pela urina. É amplamente distribuído pelos tecidos e com grande
concentração nos ossos, por isso é usado em associação com flucloxacina em
infecções resistentes à penicilina (
estafilococos) como por exemplo uma osteomielite. Também é usado em
conjuntivite estafilocócica.
Fluoroquinolonas: ciprofloxacina, ofloxacina,
norfloxacina, acrosoxacina, pefloxacina, cinoxacina e ácido nalidíxico.
Mecanismo de ação: inibem a síntese de proteínas pela
inibição da topoisomerase II ( uma DNA-girase), a enzima que produz
superespiralamento negativo do DNA, permitindo a transcrição e replicação.
São drogas de amplo espectro de ação. Um dos mais amplos,
agindo sobre quase todas as bactérias.
Farmacologia: são bem absorvidos por VO, amplamente
distribuidas por todos os tecidos, principalmente nos rins, próstata e pulmão
e, são encontrados nos fagócitos. A maioria não atravessa a BHE, com exceção
das
perfloxacina e ofloxacina. São metabolizadas em parte pelo
fígado e o restante excretado pela bile. Os anti-acidos à base de alumínio e
magnésio inibem suas absorções.
Efeitos indesejáveis: são raros, distúrbios do TGI, erupções
cutâneas, podem produzir efeitos no SNC, como tonteira e cefaléia, e também
inibem a ligação do GABA nos seus receptores. Pode produzir fotossensibilidade,
e hipersensibilidade alérgica.
Obs.: pode ocorrer interação medicamentosa (
intoxicação por teofilina, pela inibição da enzima P 450)entre a ciprofloxacina
e a teofilina em pacientes asmáticos tratados com ciprofloxacina.
Antibióticos diversos:
Antibióticos glicopeptídicos:
Vancomicina: Possui um amplo espectro de ação,
principalmente contra estafilococos resistentes à penicilina. Não é absorvido
pelo intestino e seu uso pela VO é restrito no tratamento da colite
pseudomembranosa. Seu uso é importante no tratamento de infecções
estafilocócicas, resistentes à penicilina, e em pacientes alérgicos à
penicilina.
Efeitos indesejáveis: erupções cutâneas, febre e flebite no
locas das injeções, hipersensibilidade, ototoxicidade e nefrotoxicidade.
A teicoplanina , por via IM ou IV é semelhante com meia-vida
maior.
Antibióticos da polimixina: polimixicina e colistina.
Possuem propriedades detergentes catiônicas, e seu mecanismo
de ação envolve a interação com fosfolipideos de membrana e desagregação de sua
estrutura.
Não são absorvidos pelo TGI
e possuem amplo espectro de ação.
Os efeitos indesejáveis são graves e podem ser neurotoxicidade
de nefrotoxicidade e, por isso são de uso limitado. São usados em tratamento
tópico ocular, auditiva ou cutânea.
Bacitracina: possui atividade semelhante aos da
penicilina, mecanismo de ação e outros. Porém pela sua nefrotoxicidade é usada
em tratamento tópicos
Metronidazol: é tipicamente um antiprotozoário, mas
com atividade antibacteriano, principalmente as anaeróbicas ( na colite
pseudomembranosa).
Nitrofurantoina: seu mecanismo de ação permanece
desconhecido, mas um antibacteriano de amplo espectro, sendo que é muito
difícil o aparecimento de resistência. É absorvido pelo TGI, e excretado pelos
rins, portanto numa deficiência renal, pode ocorrer toxicidade. Como é
eliminada de forma inalterada pelos rins, é usada em infecções urinárias.
Como efeitos indesejáveis, podemos ter DGI, reações de
hipersensibilidade e leucopenia.
Agentes antimicobacterianos:
As principais infecções por micobactérias, são a Tuberculose
e a Hanseníase. São doenças crônicas e o maior problema é que mesmo após essa
classe de bactérias ter sido fagocitada, esse microrganismo continua vivo no
interior do fagócito.
Durante séculos, a tubérculo foi uma importante doença
fatal, pois não tínhamos antibacterianos capazes de extermina-la. Há cerca de
40 anos foram desenvolvidas novas drogas e, a doença passou a ser facilmente
curável. De uns tempos para cá, os bacilos começaram a criar resistência a
estes antibióticos, porém, foram descobertas novas drogas que fazem efeito
sobre esses bacilos.
Casos mais sérios são as pessoas que estão com o sistema
imunológico baixo, pela presença do vírus AIDS.
Os principais fármacos hoje usados são: Isoniazida,
Rifampicina, Etambutol, Pirazinamida e os de segunda linha: estreptomicina,
Claritromicina e Ciprofloxacina.
Para evitar uma resistência, devemos usar:
---na primeira fase de cerca de dois meses: isoniazida, mais
rifampicina e pirazinamida.
---numa segunda fase, cerca de 4 meses: isoniazida e
rifampicina.
Isoniazida: é especificada para as micobactérias,
agindo como bacteriostática nos organismos em repouso e como bactericida nas
bactérias em divisão. Seu mecanismo de ação é a inibição do ácido micólico, um
componente da parede celular dessa bactéria. Pode ser também pela inibição de
uma enzima que em cepas de bactérias sensíveis á isoniazida, resultando em uma
desorganização do metabolismo das micobaterias.
É rapidamente absorvida pelo TGI e se espalha por todos os
tecidos, até no SNC. Um importante aspecto é a capacidade de penetração no
tecido com lesões tuberculosas, denominadas “caseosas”.
É excretada pela urina , sendo uma pequena parte de forma
inalterada e o restante já metabolizada.
Os efeitos indesejáveis ocorrem em somente 5 % dos pacientes
e são; erupções cutâneas, febre, hepatotoxicidade e alterações hematológicas.
Rifampicina: seu mecanismo de ação é pela ligação e
inibição da RNA polimerase DNA-dependente das células procarióticas e não das
células eucarióticas.
É uma das drogas mais ativas contra o bacilo da tuberculose,
além de atuar na maioria das outras bactérias.Penetra nas células, nos
fagócitos, destruindo as bactérias.
Administrada pela VO, penetra em todos os tecidos. Excretada
pela urina e bile, sendo uma parte reabsorvida pela circulação êntero-hepática.
Os efeitos indesejáveis ocorrem em menos de 4 % dos pacientes, sendo os mais comuns, os
DGI, erupções cutâneas, febre e lesões
hepáticas.
Etambutol: é específico para as micobacterias. É
captado pelas bactérias e após 24 horas inibe seu crescimento. O mecanismo de
ação é desconhecido.
Administrado pela VO e excretado pela urina ( 50 % de forma inalterada) 20 % metabolizada
e o restante aparece nas fezes.
O efeito indesejável mais importante é a “neurite óptica”(
distúrbios visuais) e pode ocorrer DGI, cefaléia , vertigens e distúrbios
mentais.
Drogas usadas na Hanseníase:
Existem 11 milhões de indivíduos com hanseníase no mundo, a
maioria na África do Sul e na Ásia e anualmente são detectados mais 600 mil
novos casos.
A hanseníanse paucibacilar, que é aquela com poucos bacilos,
do tipo “tuberculóide” é tratada durante
6 meses com dapsona e rifampicina. A hanseníase multibacilar, que é aquela com
numerosos bacilos, do tipo “lepromatosa”, é tratada pelo menos por dois anos
com rifampicina, dapsona e clofazimina. Atualmente pesquisa-se o tratamento com
minociclina ou com fluoroquinoilonas.
Dapsona: é uma droga relacionada com as sulfas, visto
que é antagonizada pelo PABA.
A resistência à dapsona esta aumentando e, por isso esta
sendo usado uma associação de medicamentos. É bem absorvida pelo TGI e
distribui-se por todos os tecidos, sua meia-vida e de 24/40 horas, porem parte
da droga permanece em alguns tecidos como fígado, rim pele e músculos por um
período bem maior. Uma pequena parte é excretada pela urina e a outra pela bile
e sofre circulação êntero-hepática.
Os efeitos indesejáveis ocorrem com grande freqüência e
consiste em hemólise, metehemoglobina, anorexia, DGI, reações alérgicas, pode
também ocorrer reações da lepra ( exacerbação das lesões lepromatosa) e
síndromes semelhantes à toxoplasmose, mas que pode ser fatal.
Clofazimina: é um corante com estrutura complexa,
possui atividade antiinflamatória e, portanto, útil em pacientes em que a
dapsona causa efeitos inflamatóriuos.
Possíveis agentes antibacterianos novos:
Glicopeptídeos semi-sintéticos: estreptogramina,
quinupristina-dalfopristina, oxalidonas, everminomicinas ( para substituir a
vancomicina contra Gram + resistentes.
Novas quinolonas: trovafloxacina e clinafloixacina.
Derivados da cefalosporina: cefepima e cefpiroma
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